Leitores e sistemas de registro de dados são essenciais para rastreabilidade na logística

A rastreabilidade logística e a importância de seus sistemas

27 mai 2020

O conceito de rastreabilidade logística refere-se à possibilidade de identificar a origem e as diferentes etapas pelas quais passa um produto ao longo de todo o processo produtivo, assim como sua posterior distribuição logística até chegar ao consumidor final.

Portanto, um sistema de rastreabilidade compreende um conjunto de processos que permitem monitorar a localização de um produto na cadeia de suprimentos a cada momento, assim como rastrear seu percurso ou saber antecipadamente o caminho que vai seguir.

Através de nosso artigo vamos detalhar como funcionam e quais os elementos que compõem os sistemas de rastreabilidade em logística.

Rastreabilidade em logística: para que serve e suas vantagens

Implementar um sistema de rastreabilidade significa estabelecer uma correspondência direta entre o fluxo físico de mercadorias e o fluxo de informações associado a ele.

As vantagens dos sistemas de rastreabilidade logística são múltiplas para cada parte:

  • Para as empresas: ajuda a identificar pontos críticos ao longo da cadeia de suprimentos para assim resolver os incidentes e melhorar a produtividade. Dessa forma, as empresas podem reduzir os problemas relacionados ao manuseio inadequado ou à contaminação das mercadorias aumentando a qualidade do serviço oferecido.
  • Para os consumidores: melhora a confiança em relação à compra de produtos e serviços, sobretudo em uma economia globalizada com complexos fluxos de mercadorias nacionais e internacionais. Além disso, com o auge do e-commerce, a rastreabilidade das mercadorias passou a ser relevante, uma vez que minimiza a "incerteza de trânsito" sofrida por muitos compradores online, relacionada aos novos paradigmas da logística omnicanal e da e-logística.
  • Para as autoridades: em setores-chave para a saúde pública, tal como o farmacêutico e o de alimentos, os sistemas de rastreabilidade são obrigatórios e estão altamente regulados há anos.

Tipos de rastreabilidade logística

CONFORME SUA DIREÇÃO DE RASTREAMENTO

1. Rastreamento ou rastreabilidade para trás (tracing)

O rastreamento serve para identificar a origem de um lote ou unidade de carga específica. Tal procedimento permite explorar as etapas que o produto seguiu desde sua transformação até chegar à entrega final, por isso inclui a identificação das matérias-primas utilizadas e as operações de fabricação realizadas.

Um exemplo de aplicação desse tipo de rastreabilidade ocorre quando há um alerta sanitário devido à contaminação de algum alimento, o que permite esclarecer onde ocorreu e retirar do mercado os lotes adulterados.

2. Acompanhamento ou rastreabilidade para a frente (tracking)

Refere-se à possibilidade de seguir a rota que uma unidade de carga ou lote vai percorrer. Dessa forma é possível prever o caminho que vai pegar e fazer uma estimativa de entrega. É a rastreabilidade mais usada para informar sobre os passos que o produto segue até o destino final nas compras online.

Um exemplo comum das etapas de acompanhamento ou rastreamento para a frente é o seguinte:

O diagrama mostra um exemplo dos passos registrados na rastreabilidade logística para a frente ou acompanhamento do produto
O diagrama mostra um exemplo dos passos registrados na rastreabilidade logística para a frente ou acompanhamento do produto

DE ACORDO COM A DIMENSÃO DA EMPRESA

1. Rastreabilidade interna

A rastreabilidade interna é aquela que abrange a trajetória dos produtos através da cadeia produtiva da empresa até sua expedição. O grande desafio para esse tipo de rastreabilidade é chegar aos detalhes quanto à delimitação, identificação e registro de todos os movimentos e manuseios que sofre o produto.

Esse processo pode ser praticamente realizado sem problemas no caso da armazenagem graças à codificação mediante SKU e ao uso de um Sistema de Gerenciamento de Armazém para o manuseio do inventário. No entanto, se pegarmos como exemplo uma empresa fabricante de alimentos, esta deverá ter registrada cada mistura de matérias-primas e semielaborados.

2. Rastreabilidade externa

A rastreabilidade externa é o sistema de identificação e registro que se projeta mais além dos limites da própria empresa. Abrange todos os elos que compõem a cadeia de suprimentos, assim como seu trânsito por diferentes países (quando realizado por agentes externos).

Portanto, o sistema de codificação deve ser compartilhado por todos os agentes que participam do fluxo de mercadorias: por isso é necessário que os produtos tenham identificações internas (tais como os SKUs).

Elementos que compõem um sistema de rastreabilidade de produtos

1. Fórmulas de identificação e codificação das mercadorias

Um dos pilares sobre os quais se alicerça a rastreabilidade em logística é a identificação única das unidades de carga ou lotes. A integração dessa informação na cadeia de suprimentos só é possível graças à implementação de uma linguagem padronizada compartilhada com todos os envolvidos, que facilite o registro dos dados de forma automatizada.

Os sistemas mais utilizados são:

  • Código de barras (UPC, EAN): trata-se do método de identificação de produtos mais utilizado em âmbito mundial. Esse sistema utiliza uma linguagem comum para criar códigos únicos e assim identificar produtos graças a uma série de números com seu equivalente em forma de barras. A organização GS1 estabelece as normas de codificação para diferentes tipos de informação vinculados a cada produto partindo da base do GTIN (Global Trade Item Number). Esse número pode ir acompanhado de outros que adicionem informações, tais como o lote, o SIN (Shipment Identification Number) ou o SSCC (Serial Shipment Container Code), entre outros.
  • RFID (identificação por radiofrequência): nesse caso, a própria etiqueta RFID é capaz de transmitir os dados graças às ondas de radiofrequência. Tais etiquetas armazenam as informações relativas ao produto que acompanham e a maioria é ativada quando detectam a presença de um leitor por perto. Embora menos utilizada e mais custosa de implementar do que a anterior, sua principal vantagem é que não é preciso ter uma linha de visão direta para a extração das informações, o que melhora a rapidez e precisão dos registros.

2. Sistemas para a captura e registro de dados

Todas as vezes que os produtos tiverem um sistema de codificação padrão, para registrar essa informação em um software especializado é necessário contar com um dispositivo de captura de dados que faça de ligação entre o mundo físico e o digital.

Assim, são os encarregados de obter e registrar as informações que transmitem ao software. Por exemplo, esses dispositivos podem ser leitores de código de barra, sensores de temperatura e umidade e antenas ou controles RFID.

No armazém esses sistemas também podem estar integrados em PIE (Postos de Inspeção de Entradas) ou em sistemas automáticos como transportadores. Também estariam incluídos neste ponto os dispositivos de picking por voz ou os terminais de radiofrequência.

3. Software de processamento de dados

A união do fluxo das informações com os movimentos físicos da mercadoria só é possível graças a um sistema informático integrado que reúna todos os dados, os processe e compartilhe entre todos os envolvidos.

Esse sistema permite:

  • Compilar e armazenar de forma coerente as informações relacionadas ao trânsito do produto.
  • Estruturar os dados de uma forma que seja possível explorá-los.
  • Gerar vínculos eficazes entre os dispositivos e agentes envolvidos no manuseio do produto ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
Um operador verifica o registro de dados relacionados ao sistema de rastreabilidade logística
Um operador verifica o registro de dados relacionados ao sistema de rastreabilidade logística

Os principais tipos de software usados em sistemas de rastreabilidade são os seguintes:

  • Sistema de Gestão Empresarial ou ERP: funciona como um software integrador onde confluem diferentes fontes de informação das principais áreas da empresa: vendas, contabilidade, fábrica, gestão de estoque, recursos humanos, entre outros. Costuma ser o sistema base com o qual todas as empresas operam.
  • Sistema de Gerenciamento de Armazém ou WMS (Warehouse Management System): é um potente software que otimiza todos os fluxos de materiais que ocorrem no armazém. Cada etapa pela qual o produto passa é registrada e comunicada ao ERP e aos demais sistemas através dos quais funciona a empresa.
  • Sistemas de gestão de frotas de transporte ou TMS (Transport Management System): organiza e planeja as rotas de distribuição. Especialmente nos envios de e-commerce, costuma ser o software que se encarrega de notificar o acompanhamento ao cliente. Para uma maior agilidade dos processos, pode ser integrado com o WMS para unificar a etiquetagem e o intercâmbio de informações entre sistemas. No caso do Easy WMS da Mecalux, tal união é possível graças ao módulo Software para Gestão da Expedição Logística/Multi Carrier Shipping Software.

Os sistemas de rastreabilidade foram pensados para melhorar a segurança das mercadorias, controlar os riscos e garantir a qualidade dos processos e produtos. Se você quiser saber como o software especializado da Mecalux pode contribuir para o correto funcionamento de um sistema de rastreabilidade, não hesite em entrar em contato conosco.

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