A pegada de carbono reflete a contribuição de uma empresa para as mudanças climáticas

Pegada de carbono: o que é, como é calculada e como reduzi-la

11 nov 2025

A pegada de carbono se tornou um indicador-chave para medir nossa incidência nas mudanças climáticas e avaliar o impacto das atividades empresariais. Desde a energia que consumimos até os produtos que fabricamos ou compramos, muitas de nossas ações geram emissões de gases de efeito estufa que deixam uma marca no planeta.

Nesta publicação explicaremos o que é a pegada de carbono e por que reduzi-la não só representa uma responsabilidade ambiental, mas também uma oportunidade para implantar práticas mais sustentáveis e eficientes, tanto em nível individual quanto corporativo.

O que é a pegada de carbono em uma empresa

A pegada de carbono representa o total de emissões de gases de efeito estufa (GEE), expressas em toneladas de CO₂ equivalente, emitidas de forma direta ou indireta por uma atividade, produto, serviço ou organização.

No âmbito empresarial, a pegada de carbono corporativa permite medir o impacto ambiental das operações de uma empresa, abrangendo aspectos como o consumo energético, transporte, gerenciamento de resíduos e processos produtivos.

O que é o CO₂ equivalente?

 

O CO₂ equivalente (CO₂e) é uma unidade de medida que expressa o impacto climático de diferentes gases de efeito estufa em relação à quantidade de dióxido de carbono que causaria o mesmo efeito do aquecimento global durante um período determinado, geralmente 100 anos. É calculado multiplicando a massa de cada gás por seu potencial de aquecimento global (PAG).

Importância da pegada de carbono nas empresas

Medindo sua pegada de carbono, as empresas podem identificar oportunidades de melhoria em suas operações, otimizar o uso de recursos e detectar possíveis poupanças de energia. A transparência na comunicação das emissões também reforça a imagem corporativa e responde às crescentes exigências de clientes, investidores e organismos internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) ou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em consonância com os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris para limitar o aquecimento global.

Ter uma estratégia climática alinhada com os padrões internacionais, como a norma ISO 14067 sobre a pegada de carbono, também facilita a entrada em mercados cada vez mais regulados e sustentáveis.

Exemplos de pegada de carbono

A pegada de carbono está presente em várias atividades cotidianas e processos empresariais. Alguns tipos de pegada de carbono que ajudam a entender seu escopo:

  • Produção de bens. Fabricar uma camiseta de algodão pode gerar entre 2 e 5 kg de CO₂ equivalente, dependendo do uso de fertilizantes, consumo de água e da energia utilizada em sua confecção e transporte.
  • Transporte. Um voo europeu de curta duração, de ida e volta, pode emitir em torno de 100-250 kg de CO₂ por passageiro.
  • Consumo energético. Um escritório com aquecimento elétrico e ar condicionado pode produzir vários milhares de quilos de CO₂ por ano em função do nível de uso e da origem da eletricidade (renovável ou fóssil).
  • Logística e distribuição. Transportar mercadorias por via rodoviária, marítima ou aérea libera diferentes níveis de emissões. Por exemplo, enviar de navio um contêiner marítimo padrão de 20 pés da Ásia para a Europa pode emitir mais de 1.000 kg de CO₂, um valor que o transporte aéreo multiplica significativamente.
  • Indústria de alimentos e bebidas. A pegada de carbono de um quilo de carne de vaca pode superar os 25 kg de CO₂ equivalente devido ao metano emitido pelos animais, ao uso de rações e ao consumo de água e energia em sua produção.

Esses exemplos refletem a importância de calcular e reduzir a pegada de carbono em todas as etapas da cadeia de valor, desde a produção até o consumo final.

Distribuição de emissões por setor
Distribuição de emissões por setor

Como calcular a pegada de carbono em uma empresa

Calcular a pegada de carbono de uma empresa exige quantificar as emissões de gases de efeito estufa geradas por suas atividades. A seguir, analisamos as emissões utilizando fatores de conversão padrão agrupando de acordo com os escopos definidos pelo Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHG Protocol):

  • Escopo 1. Emissões diretas cuja origem são fontes próprias, como caldeiras, veículos ou maquinaria da empresa.
  • Escopo 2. Emissões indiretas associadas ao consumo de eletricidade comprada a terceiros.
  • Escopo 3. Outras emissões indiretas ao longo da cadeia de valor, como o transporte de mercadorias ou o uso de produtos e serviços vendidos.

Passos para calcular a pegada de carbono:

  1. Definir os limites organizacionais e operacionais. Determinar as instalações, processos e emissões que serão incluídos na análise.
  2. Compilação de dados. Reunir informações sobre consumos energéticos, combustível, deslocamentos, resíduos, etc.
  3. Aplicar fatores de emissão. Converter os dados em emissões de CO₂ equivalente usando fatores reconhecidos (por exemplo, os do IPCC).
  4. Calcular as emissões. Multiplicar os dados compilados pelos fatores de emissão correspondentes.
  5. Analisar resultados e identificar oportunidades de melhoria. Avaliar quais áreas originam mais emissões e estabelecer estratégias de redução.

O uso de ferramentas digitais ou a assessoria de consultoras especializadas pode facilitar esse processo, garantir a precisão dos cálculos e preparar a empresa para publicar suas emissões de forma transparente.

Como reduzir a pegada de carbono em uma empresa

Reduzir a pegada de carbono em uma empresa exige adotar medidas que limitem as emissões de gases de efeito estufa.

  • Medição e planejamento. Fazer um inventário de emissões GEE e estabelecer objetivos claros e mensuráveis de redução.
  • Eficiência energética. Otimizar o consumo elétrico com tecnologias eficientes e hábitos responsáveis.
  • Energias renováveis. Incorporar fontes limpas como a solar ou eólica e obter certificados verdes.
  • Mobilidade sustentável. Fomentar o transporte público, compartilhado ou elétrico, e o trabalho remoto.
  • Gerenciamento de resíduos. Aplicar os 3Rs (reduzir, reutilizar, reciclar), limitar o uso de papel e optar por materiais sustentáveis.
  • Cultura ambiental. Treinar os funcionários e promover hábitos sustentáveis na organização.
  • Ações complementares. Otimizar a cadeia de suprimentos, prolongar a vida útil de equipamentos e adaptar espaços ecorresponsáveis.

Essas medidas reduzem o impacto ambiental, fortalecem a imagem corporativa e se traduzem em economia. Em logística, isso se reflete em:

  • Otimizar rotas e reduzir o consumo de combustível.
  • Incorporar energias renováveis em armazéns e centros logísticos.
  • Substituir sistemas de iluminação por tecnologias LED.
  • Automatizar processos para melhorar a eficiência operacional.
  • Optar por embalagens recicláveis ou reutilizáveis.

As soluções de armazenamento e gerenciamento da Mecalux ajudam as empresas a reduzir sua pegada de carbono através da automação e otimização de processos. Tecnologias como os transelevadores, transportadores e o software Easy WMS permitem reduzir os deslocamentos internos e maximizar o consumo energético.

Um exemplo representativo é o da ALPLA em sua fábrica de Golborne (Reino Unido), onde a automação com transportadores para paletes e elevadores de paletes da Mecalux eliminou o transporte manual entre o armazém e as linhas de produção. “Com a solução logística instalada, composta por transportadores e elevadores automáticos de paletes, pudemos reduzir drasticamente nossos custos de manuseio e emissão de dióxido de carbono, realizando uma atividade mais sustentável que respeita o meio ambiente”, explica Liam Grimwood, diretor de engenharia da fábrica da ALPLA no Reino Unido.

Outro exemplo é o da empresa espanhola Porcelanosa Grupo, referência internacional no setor de revestimentos cerâmicos, e seu armazém de Venis em Villarreal (Castellón), onde os transelevadores para paletes (tipo bicoluna) são capazes de recuperar até 15% da energia consumida.

Com o objetivo de reduzir sua pegada de carbono, a ALPLA eliminou o transporte manual
Com o objetivo de reduzir sua pegada de carbono, a ALPLA eliminou o transporte manual

A pegada de carbono: um desafio que impulsiona a mudança

Reduzir a pegada de carbono não é apenas uma questão ambiental, também é uma oportunidade estratégica para as empresas. Adotar práticas sustentáveis permite otimizar recursos, reduzir custos operacionais e fortalecer o compromisso com clientes, funcionários e a sociedade. Cada ação conta: desde medir as emissões até transformar a cultura corporativa. As empresas que hoje assumem essa responsabilidade não só ajudam a combater as mudanças climáticas, como também se preparam para um futuro mais eficiente, competitivo e resiliente.

A pegada de carbono resumida em 5 perguntas

O que é a pegada de carbono?

A pegada de carbono corresponde ao total de gases de efeito estufa emitido de forma direta ou indireta por uma atividade, produto, serviço ou pessoa, expresso em toneladas de CO₂ equivalente.

Qual a diferença entre pegada de carbono pessoal e empresarial?

A pegada de carbono pessoal mede as emissões geradas pelas ações cotidianas de um indivíduo (como o transporte ou o consumo energético em casa). A pegada de carbono empresarial abrange todos os processos de uma organização, desde a produção até a logística e uso de recursos.

Por que é importante calcular a produtividade de um armazém?

É importante medir a pegada de carbono porque permite identificar fontes de emissão, adotar medidas de melhoria e cumprir as expectativas de sustentabilidade de clientes, investidores e organismos internacionais.

Como a pegada de carbono é calculada?

Para medir a pegada de carbono são identificadas as fontes de emissão, classificadas por escopos (1, 2 e 3) de acordo com o GHG Protocol, e aplicados fatores de conversão para estimar as toneladas de CO₂ equivalente.

Como reduzir a pegada de carbono?

As empresas podem reduzir sua pegada de carbono através de ações como a otimização da eficiência energética, utilização de energias renováveis, limitação de resíduos, opção por fornecedores sustentáveis, melhoria do gerenciamento de processos e implementação de tecnologias.