O SLAM Mapping permite que os robôs criem um mapa virtual de seu ambiente e se situem no mesmo

SLAM Mapping: o que é e qual seu impacto na robótica

23 out 2025

O SLAM Mapping em robótica oferece solução para uma das maiores dificuldades no desenvolvimento de robôs autônomos: se deslocar, orientar e adaptar ao ambiente sem intervenção externa. Os avanços tecnológicos estão fazendo com que os robôs interajam de um modo cada vez mais preciso com o mundo que os rodeia, melhorando sua capacidade para operar de forma autônoma.

Neste artigo explicamos em que consiste o SLAM Mapping, as tecnologias que o tornam possível e os setores onde é aplicado. Também apresentaremos um caso real de uso em logística industrial.

Em que consiste o mapping SLAM?

Em robótica, o SLAM é o acrônimo em inglês de Simultaneous Localization and Mapping, que em português se traduz como localização e mapeamento simultâneo. É uma técnica pela qual um robô ou veículo autônomo estima, de forma conjunta e recursiva, sua trajetória e o mapa do ambiente utilizando dados obtidos de seus sensores. Essa estimativa é atualizada constantemente conforme o robô se desloca, sem necessidade de ter um mapa prévio.

Um dos desafios da robótica autônoma consiste em conseguir um movimento automático e a realização de tarefas em contextos variáveis e desconhecidos. O SLAM Mapping permite que as máquinas se desloquem sem ter um mapa preexistente, adaptando-se de forma dinâmica ao seu ambiente.

O SLAM Mapping utiliza sensores que permitem que os robôs móveis autônomos naveguem com precisão
O SLAM Mapping utiliza sensores que permitem que os robôs móveis autônomos naveguem com precisão

Como funciona o mapping SLAM?

Um dos primeiros passos do SLAM Mapping é a compilação de dados através de sensores que capturam informações sobre a posição e o ambiente do robô, como câmeras, sensores de imagem avançados, scanners a laser LiDAR, sonares ou qualquer dispositivo que possa medir variáveis como a distância. Além disso, se apoia em métodos estatísticos e algoritmos que reduzem os erros de localização e facilitam o mapeamento em tempo real. Os sensores ultrassônicos são usados com frequência para que o veículo autônomo detecte obstáculos próximos.

Após a coleta de dados realizada pelos sensores, o software se encarrega de processar essas informações e encontrar pontos de referência no ambiente. Há inúmeros tipos de programas e algoritmos que realizam essa tarefa, desde sistemas simples até processos complexos de correspondência de varreduras. No entanto, todos compartilham um mesmo objetivo: interpretar os dados dos sensores para construir um mapa do meio circundante e ajudar o robô a saber onde está.

O SLAM Mapping gera um mapa do espaço e estima a localização da máquina. Calcula a posição inicial do dispositivo e, conforme se desloca, coleta novos dados dos sensores de bordo. Ao repetir esses passos de forma contínua, o sistema pode seguir o percurso do robô e elaborar mapas cada vez mais pormenorizados. Dependendo da abordagem e do algoritmo utilizado, como o FastSLAM, ORB-SLAM ou Hector SLAM, podem gerar mapas métricos altamente precisos ou mapas topológicos. Ao combinar dados sensoriais com inteligência artificial, o robô também pode analisar seu ambiente e tomar decisões informadas em tempo real.

Para que um sistema SLAM funcione com eficácia, todos os seus componentes trabalham de forma coordenada, ou seja, sensores, software, o próprio veículo e outros sistemas de processamento. Embora a tecnologia específica possa variar de acordo com o uso pretendido, todos os elementos devem estar perfeitamente integrados para obter uma navegação confiável.

Tipos de sensores SLAM (LiDAR e vSLAM)

A técnica SLAM atua como os "olhos" dos robôs, permitindo-lhes interpretar o espaço que os rodeia e situar-se dentro do mesmo. Em geral, são utilizados dois tipos de sensores:

  • LiDAR. Sensores muito valorizados devido à sua alta precisão e por terem sido desenvolvidos, testados e otimizados ao longo do tempo. Medem distâncias utilizando pulsos de laser, podendo operar inclusive em áreas onde haja pouca luz.
  • Visual SLAM (ou vSLAM). Em vez de laser, utiliza câmeras que capturam e processam imagens do ambiente. Podem se adaptar a diversos cenários, desde ambientes bem iluminados até cenários dinâmicos.

Cada tipo de sensor proporciona vantagens específicas ao sistema SLAM. Sua escolha depende da área de trabalho, dos requisitos do robô e do nível de precisão a ser atingido.

O SLAM Mapping é fundamental para veículos autônomos como os robôs móveis autônomos (AMR) em armazéns
O SLAM Mapping é fundamental para veículos autônomos como os robôs móveis autônomos (AMR) em armazéns

Onde o sistema SLAM é utilizado?

À medida que os componentes que ajudam na navegação robótica inteligente são desenvolvidos, o sistema SLAM está sendo aplicado em um número crescente de setores. Algumas dessas utilizações já são uma realidade, enquanto outras representam um futuro ainda em desenvolvimento, onde o físico e o digital são integrados com fluidez:

  • Veículos autônomos. A tecnologia SLAM possibilita que os carros sem condutor se desloquem com segurança, detectem obstáculos em tempo real, otimizem suas rotas e respondam a mudanças em ambientes urbanos ou rodoviário.
  • Robôs móveis autônomos industriais. O SLAM Mapping também pode ser aplicado em robôs que operam em armazéns ou fábricas. Esses sistemas utilizam essa tecnologia para transferir materiais de um ponto a outro dentro de uma instalação, prevenindo colisões e adaptando-se às mudanças.
  • Limpeza. Os robôs de limpeza se deslocam por sua área atribuída, seja uma casa, escritório, hospital ou instalação industrial, identificando e evitando obstáculos sem necessidade de intervenção humana.
  • Arqueologia e mineração. Robôs terrestres e drones equipados com sensores de SLAM Mapping podem ser utilizados para mapear depósitos e minas. Esses sistemas exploram terrenos difíceis de acessar, gerando mapas tridimensionais sem fazer escavações.
  • Medicina e cirurgia. O algoritmo SLAM é aplicado em procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, facilitando uma navegação precisa de instrumentos dentro do corpo humano.
Os robôs AMR da Mecalux utilizam o algoritmo SLAM para se deslocar por ambientes logísticos variáveis
Os robôs AMR da Mecalux utilizam o algoritmo SLAM para se deslocar por ambientes logísticos variáveis

SLAM Mapping em logística

Um exemplo de implementação da tecnologia SLAM em logística são os robôs móveis autônomos (AMR), que a utilizam para se deslocar de forma segura e funcional nos armazéns. Os veículos reagem diante da distribuição variável do ambiente para impulsionar o gerenciamento do armazém avançado: sua missão consiste em transportar cargas entre dois pontos sem assistência externa a partir de rotas dinâmicas geradas por um software que otimiza os movimentos.

Normalmente envolve dois tipos de sistemas digitais: o sistema de gestão de frotas, que coordena e supervisiona o movimento dos robôs AMR em tempo real e o sistema de gerenciamento de armazém, encarregado de organizar as operações logísticas, tais como localização de estoque, atribuição de tarefas e planejamento de pedidos. Ambas as soluções estabelecem comunicação entre si para garantir um fluxo de trabalho eficiente e sem interrupções.

Os robôs móveis da Mecalux estão equipados com um scanner LiDAR para explorar o ambiente e sensores ultrassônicos que identificam objetos dispostos ao nível do solo. Graças à técnica SLAM, podem criar mapas dinâmicos e evitar obstáculos, o que melhora a flexibilidade e a produtividade em operações logísticas complexas.

O Simultaneous Localization and Mapping representa um avanço determinante no desenvolvimento de robôs autônomos capazes de se desenvolver em âmbitos reais com segurança e sem supervisão constante. Ao combinar de forma coordenada sensores, algoritmos e software, essa tecnologia permite que as máquinas se adaptem dinamicamente a cenários complexos que vão da logística à medicina ou exploração. Com a evolução constante dos algoritmos SLAM e sua integração com a inteligência artificial, é previsível que sua aplicação se difunda ainda mais, definindo o caminho para uma robótica mais inteligente e autônoma.

O SLAM Mapping resumido em 5 perguntas

O que é o SLAM Mapping?

O SLAM Mapping (Simultaneous Localization and Mapping) é o método utilizado pelos robôs para mapear seu ambiente e situar-se no mesmo. Esse processo é realizado em tempo real, pois o robô constrói e atualiza o mapa conforme se desloca.

Como funciona a tecnologia SLAM?

O sistema compila informações do meio circundante através de sensores e os processa através de algoritmos capazes de identificar características fundamentais para criar um mapa e determinar simultaneamente sua posição dentro do mesmo. Conforme o robô se desloca, a posição é permanentemente ajustada e atualizada no mapa.

O que é o LiDAR e como funciona no SLAM Mapping?

O LiDAR é um sensor que mede distâncias utilizando pulsos de laser para criar mapas precisos do ambiente. No Simultaneous Localization and Mapping, o sensor permite que os robôs se situem e desloquem inclusive em condições de pouca luz, gerando mapas em tempo real.

O que é o vSLAM?

O vSLAM utiliza câmeras para capturar imagens do espaço circundante e processá-las, permitindo que os robôs se situem e criem um mapa visual da área ao redor dos mesmos. Adapta-se bem a diferentes cenários, desde ambientes bem iluminados até cenários dinâmicos.

Em quais áreas o SLAM Mapping é utilizado?

O Simultaneous Localization and Mapping é usado em setores como o da logística, limpeza, mineração ou medicina. Também é essencial em veículos autônomos e em tecnologias de realidade aumentada. Ele possui uma grande versatilidade. Por exemplo, é utilizado em robôs de limpeza que evitam obstáculos em casas ou escritórios, drones que mapeiam sítios arqueológicos e robôs móveis que otimizam rotas em armazéns.