O estoque morto refere-se aos artigos que já não podem ser comercializados ou reutilizados

Estoque morto: o que é e como deve ser calculado

08 ago 2025

O estoque morto não só ocupa espaço nos armazéns, como também se traduz em recursos imobilizados e oportunidades de negócio perdidas. Por isso, as empresas devem considerar que se trata de uma chamada de atenção acerca da importância de um gerenciamento de estoque eficiente.

O que é o estoque morto?

O estoque morto (dead stock em inglês), também conhecido como estoque obsoleto, é a mercadoria que a empresa tem armazenada, mas que ficará parada porque já não será comercializada nem reutilizada.

Esses artigos perdem seu valor econômico ou utilidade por diversos motivos: as mudanças que ocorrem na demanda e na preferência dos consumidores, o surgimento de novas tecnologias que substituem produtos obsoletos, a falta de promoção ou os imprevistos que causam uma desaceleração nas vendas, tais como as condições meteorológicas.

O estoque morto também pode ocorrer devido a erros no gerenciamento da cadeia de suprimentos, como um planejamento deficiente da demanda que levará a uma excessiva aquisição ou produção para se antecipar a uma maior demanda, ou por falta de precisão no controle do estoque, com frequência decorrente de não contar com um software logístico adequado.

Exemplos de estoque morto

A seguir, oferecemos alguns exemplos de mercadorias que podem acabar acumulando poeira nas estantes do armazém:

  • Produtos sazonais. O mercado da moda é um setor em constante mudança, com coleções e peças de roupa que variam de acordo com a estação e o ano. Roupas de inverno em pleno verão ou decoração de Natal após o período das festas podem se tornar estoque morto.
  • Estoque obsoleto. Artigos eletrônicos como smartphones ou computadores tornam-se obsoletos quando são lançadas novas versões no mercado que oferecem mais funcionalidades.
  • Artigos defeituosos ou danificados. Mercadoria que não pode ser vendida porque não satisfaz os padrões de qualidade ou porque houve alterações no regulamento.
  • Perecíveis. Alimentos com uma vida útil muito curta e que expiram rapidamente são mais propensos a se tornarem estoque morto.
  • Excesso de estoque. Quantidades desproporcionais de referências sem demanda suficiente podem permanecer armazenadas por um período de tempo excessivo.
  • Lançamentos fracassados. Novos produtos que, ao contrário do previsto, não foram bem aceitos no mercado.
  • Artigos personalizados. Artigos feitos sob medida que não foram reclamados e não são úteis para outros clientes.
  • Mudança nas preferências do consumidor. Objetos que eram populares, mas que perderam importância devido às mudanças ocorridas nas tendências, como acessórios para dispositivos.
  • Produtos em embalagens antigas. Embora ainda sejam funcionais, mudaram seu packaging para se alinhar às novas tendências do mercado ou para oferecer uma imagem mais moderna.
As empresas podem evitar o estoque morto com um planejamento adequado da demanda
As empresas podem evitar o estoque morto com um planejamento adequado da demanda

Como evitar o estoque morto?

Além do tipo de produto que gerenciam, as empresas podem aplicar algumas práticas para evitar o estoque morto:

  • Controle de estoque. Técnicas como o método ABC (classificação de referências em três níveis) ou o método FIFO (primeiro produto a entrar, primeiro a sair) facilitam um gerenciamento adequado dos estoques, uma vez que permitem saber constantemente em que condições estão.
  • Planejamento da demanda. Consiste em fazer a estimativa das vendas de uma empresa para, dessa forma, organizar os processos de produção, as operações do armazém e os orçamentos. O objetivo é manter os níveis de estoque adequados para satisfazer a demanda dos clientes.
  • Produção just-in-time. As empresas produzem e adquirem apenas o estritamente necessário para satisfazer os clientes, minimizando assim o risco de excesso de estoque. Elas mantêm um estoque de segurança para enfrentar possíveis imprevistos ou variações na demanda.
  • Campanhas de marketing. O primeiro passo para aumentar as vendas e melhorar a rotatividade de estoque consiste em se tornar conhecido. Podem ser realizadas promoções, descontos ou publicidade segmentada que permita reduzir o risco de acumular estoque morto.
  • Treinamento e organização. O pessoal do armazém deve ser devidamente treinado e coordenado para gerenciar a mercadoria sem erros. Por exemplo, é necessário verificar os produtos recebidos para comprovar se não estão danificados, se não há discrepâncias nas quantidades ou artigos incorretos. Também deve seguir procedimentos padronizados para realizar o armazenamento, etiquetagem e preparação de pedidos, para assim garantir um gerenciamento adequado do estoque e reduzir o risco de perdas ou eventuais confusões no processo logístico.
  • Sistema de gerenciamento de armazém. É a melhor solução para fazer um acompanhamento dos produtos em tempo real. Um sistema de gerenciamento de armazém, como o Easy WMS da Mecalux, permite organizar a mercadoria e os processos necessários para assegurar a distribuição dos pedidos, além de otimizar as reposições para evitar quebras de estoque e melhorar a eficiência operacional.

Quais são os efeitos negativos do estoque morto?

O estoque morto é prejudicial para as empresas. Armazenar produtos que não são comercializados representa um investimento que não gera lucro, o que afeta diretamente a rentabilidade da empresa. Mantê-los armazenados por um tempo indefinido consome recursos valiosos, como a mão de obra necessária para seu manuseio. Esses artigos também ocupam uma superfície que poderia ser destinada a outras referências que têm demanda de mercado. Conforme passa o tempo, os produtos em estoque morto tendem a se deteriorar, expirar ou perder valor.

As consequências negativas do estoque morto também dificultam a análise da demanda e, portanto, a organização das reposições. Quando uma empresa tem produtos com baixa rotatividade e continua a comprar mais artigos que não são vendidos e mantidos em estoque, isso limita a capacidade de investir em referências que têm demanda.

Oportunidades do estoque morto

O estoque morto pode se tornar uma oportunidade, principalmente em determinados setores como o da moda. Para esses casos, é mais comum usar o termo em inglês dead stock. Essa prática consiste em armazenar produtos fora de linha, como artigos retrô que, ao contrário do estoque morto, podem adquirir um novo valor graças à sua exclusividade.

No setor têxtil, os tecidos dead stock (materiais que sobraram de produções anteriores) são utilizados por designers e marcas para criar novas coleções. Essa abordagem não só proporciona uma segunda vida aos materiais, como também satisfaz as necessidades de um mercado em crescimento que prioriza a sustentabilidade e o aproveitamento de recursos.

O estoque morto ou “dead stock” pode se tornar uma oportunidade para a reutilização de materiais
O estoque morto ou dead stock pode se tornar uma oportunidade para a reutilização de materiais

O que é o registro de estoque morto?

Trata-se do controle dos produtos em estoque que não foram vendidos durante um determinado período de tempo. O registro pode ser realizado manualmente ou através de um software de gerenciamento que monitora o status das referências.

Como calcular o estoque morto?

Primeiro é necessário determinar o período de inatividade que é considerado "morto" (por exemplo, se um artigo não foi vendido em seis meses ou em um ano). Em seguida, a empresa deve identificar os produtos que não registraram vendas no período definido.

A fórmula para calcular o estoque morto é a seguinte:

Valor do estoque morto = Unidades totais x Preço unidade

Por exemplo, se uma loja de eletrodomésticos tem em seu armazém 50 unidades de um modelo antigo de micro-ondas que não foi vendido e o custo unitário é de 80 euros, o valor imobilizado em produtos que não geram receita ou rotatividade é de 4.000 euros.

50 unidades x € 80 = € 4.000

Para obter todas essas informações, é aconselhável contar com um sistema de gerenciamento de armazém capaz de fazer um registro das entradas de mercadorias no armazém.

Como gerenciar o estoque morto?

Há várias estratégias para limitar as perdas decorrentes da existência de estoque morto nos armazéns:

  • Venda. O estoque morto pode ser valioso para outras empresas, por isso é comercializado com terceiros ou em mercados secundários.
  • Reciclagem. Os materiais dos produtos são reutilizados para outras funções ou enviados para empresas especializadas em reciclagem para seu correto tratamento.
  • Doação. Os artigos que já não são adequados para sua venda podem ser doados a instituições de caridade, o que também ajuda a melhorar a imagem corporativa.
  • Agrupamento com outros produtos. O estoque obsoleto é integrado em promoções ou pacotes junto com mercadoria de alta rotatividade para favorecer sua saída.
  • Eliminação. Se não for possível seu reaproveitamento ou comercialização, o estoque morto deve ser descartado para evitar custos adicionais.

Essas ações permitem administrar com eficiência o estoque inativo, otimizando recursos e melhorando o gerenciamento da mercadoria.

Logística organizada para evitar estoque morto

A melhor forma de não acumular estoque morto consiste em implementar uma logística bem organizada, onde os produtos que entram e saem da instalação são devidamente controlados. Com uma lista detalhada e atualizada em tempo real de tudo o que acontece no armazém, as empresas podem detectar as mercadorias que não contribuem para a receita do negócio. E como conseguir esse controle? Com um sistema de gerenciamento de armazém. O sistema Easy WMS da Mecalux impulsiona a cadeia de suprimentos de empresas de qualquer setor. Entre em contato conosco, podemos ajudá-lo a tirar partido de seu armazém e a controlar suas referências com maior eficiência.